sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Street photography ( Fotografia de Rua)


Dividimos a fotografia por gêneros: esportes, viagens, natureza, moda e muitos outros. Cada um tem suas particularidades, o que pode ser bom para moda torna-se um horror na natureza, assim, a maioria dos fotógrafos acaba se especializando em um determinado tipo de foto. A especialização vem de acordo com o gosto pessoal de cada um. Dentre os vários sabores existe um que acho o mais divertido e desafiador, a fotografia de rua.

A rua não se oferece fácil ao fotógrafo, é preciso procurar com cuidado as imagens. Pequenos fragmentos do cotidiano que são cuidadosamente guardados por nossas câmeras mágicas, migalhas da vida que as pessoas deixam para serem devoradas pelo tempo. De tantos fragmentos a tarefa do fotógrafo é escolher o mais belo, o mais fotogênico, o que irá representar em sua minúscula extensão do tempo aquele momento passageiro das ruas.

Ao fotografar nas ruas nossos sentidos estão todos atentos, os olhos vasculham com voracidade toda a paisagem em volta em busca da composição da beleza ou aquilo que queiram guardar em suas fotografias. Às vezes momentos absolutamente insignificantes para nossos atores nos premiam com a pura simplicidade que mostra o tecido mais delicado de se estar vivo.

O pulso da vida não está apenas nas pessoas, a rua é mais que fotografar gente, que seria outra modalidade. Rua é o cotidiano displicente que logo será apagado da existência, devido a sua temporaneidade.

Muitos mestres abraçaram a rua com olhares diferentes, vale a pena ver trabalhos do Doisneau, Bresson, Winogrand, Elliot Erwitt , Robert Frank dentre outros. Em suas fotos podemos nos transportar ao cotidiano de épocas passadas.

A principal dica para quem quiser se aventurar nesta modalidade é tentar não chamar a atenção, uma das regras de ouro da “street photography” é não interferir nas fotos, deixar que a câmera registre o cotidiano sem a interferência do fotógrafo.

Para muitos o ápice da fotografia de rua são aqueles que por falta de recursos fazem das ruas seus lares, nada mais falso. Usar do sofrimento alheio para imprimir impacto nas fotos é uma tática baixa e muito comum. Tem um pedinte em New York que já vi em milhares de fotos, ele tem um cartaz escrito “a penny or a smile” (uma moedinha ou um sorriso). Não que desabrigados não façam parte das ruas, apenas não deixe que a sua situação desprivilegiada represente toda sua miserável arte fotográfica.

Já vou avisando a fotografia de rua é uma das mais difíceis, mas, assim como todo grande desafio, traz grandes recompensas.

domingo, 20 de junho de 2010

O Fotógrafo, o Profissional, sua Mulher e o Amante.

A primeira coisa que um iniciante procura antes de aprender fotografia é uma câmera profissional. Já possuiu várias outras máquinas fotográficas, mas, para ser fotógrafo, é de absoluta necessidade uma câmera profissional. Ao fotografar com outras câmeras seus resultados sempre foram inferiores por isto nunca se preocupou em pensar sua fotografia, afinal, ele não possui a "câmera profissional".

O fotógrafo profissional usa câmera profissional, faz fotografia profissional... O que é a fotografia profissional? Qualquer trabalho remunerado de fotografia é uma foto profissional, seja ela 3x4, lambe lambe ou editorial da última revista de moda. Dá para ver que fotografia profissional não é sinônimo de qualidade, é apenas o fruto remunerado que traz a comida à mesa para sua mulher e filhos.

Parece que ser fotógrafo profissional traz certo glamour, idealizado no cinema por atores como Fred Astaire, ou o atrevido personagem Pecker com sua pequena canonet, da noite para o dia vira artista do “main stream”. Muitos jovens cultivam o sonho do status, mas não partilham o prazer da imagem.

Ser fotógrafo profissional parece uma alternativa fácil e digna a um título. Se o cidadão escolhesse ser dentista, teria que amargar cinco anos de estudos e tendo uma profissão estigmatizada no cinema com personagens como o dentista sádico da pequena loja dos horrores, além de ter que gastar uma verdadeira fortuna com um consultório.

Não há nada de mal em se escolher ser fotógrafo sem ao menos conhecer fotografia, a maioria da garotada entra na faculdade sem saber muito da área que escolheu. O problema é achar que vai ser fotógrafo sem estudar. Alguns ainda acham, que tem um dom tão brilhante que a mera sugestão de estudo é uma ofensa. Mas o que os faz pensar assim?

Este afluxo de “profissionais” iniciantes é fenômeno recente, a antiga fotografia não permitia que estes delírios fossem longe, no terceiro rolo de filme a realidade já lhes teria acertado como uma direita do campeão de pesos pesados. Câmeras automáticas já eram tão eficientes como as modernas digitais, mas os profissionais iniciantes ainda não existiam. O que mudou?

Uma vez em um passado distante uma festa, conheci uma fotógrafa iniciante que estava começando como assistente de um fotógrafo, o que mais a impressionava era que ele usava 100 rolos de filme para um único editorial! E como ela disse: - Isso é para quem pode, não para quem quer... São 3600 fotos para se aproveitar apenas umas 6... Este desempenho está agora à disposição de qualquer um com uma câmera digital.

Para uma foto corretamente exposta é só ter a velocidade e abertura corretas. Velocidade pode ser 30-60-125-250-500-1000, abertura pode ser 2.8-4-5.6-8-11-16, entre todas podemos ter 36 combinações, a exposição correta vai estar entre elas. Uma entre 35 erradas parece uma boa combinação para o fotógrafo profissional digital.

Junte a isto que o cliente que compra fotografia, não sabe bem diferenciar uma boa de uma má foto. Mesmo os supostos “Art Buyers”, tem pouca ou nenhuma cultura fotográfica. Acha que eu estou exagerando? Qual a qualidade da fotografia que recheia nossas publicações em editorias e propagandas? Em sua grande maioria podemos classificá-la como algo mais que medíocre?

A receita está formada, compre uma câmera preta e grande vá a uma esquina e comece a trabalhar de profissional!

E o amante da fotografia? Aquele que não faz por dinheiro? Não precisa nada além de uma câmera que lhe atenda as necessidades, seja ela preta, branca ou vermelha, o que importa é o resultado. Mas qual qualidade espera o amante? A que lhe engrandeça a alma e assim possa expressar sua visão e ter prazer.

O amante da fotografia só tem uma paixão, a imagem, a câmera é apenas uma ferramenta. Quem faz melhor? Quem faz por dinheiro ou paixão?

sábado, 5 de junho de 2010

Preto e Branco digital.



Cada vez mais vejo imagens em preto e branco feitas com câmeras digitais, é uma espécie de moda. Muita gente acha que PB é mais “artístico”. O pior é ver pessoas que acham que quando uma foto não fica boa em cores é só passar para PB e “melhorar”...

Por incrível que pareça a fotografia digital é extremamente limitante para o PB, impresso em papel então, não há nem o que comentar.

A foto digital usa um sensor em vez do filme, para que o mesmo veja cores é preciso dividir as unidades do sensor com filtros coloridos. Sem estes filtros o sensor é naturalmente PB. Todas as câmeras que se vendem por ai têm estes filtros sobre o sensor, se não o tivessem produziriam imagens PB com três vezes mais resolução.

Fora a resolução, a imagem digital colorida tem 8 bits para cada cor o que significa 256 possibilidades de verde, 256 possibilidade de vermelho e 256 possibilidades de azul, o que vai dar pouco mais de 16 milhões de cores possíveis! Quando a imagem vai para o preto e branco vamos ter apenas 256 possibilidades de tons de cinza. É muito pouco! Por este motivo o PB digital é uma pálida imitação do PB analógico.

Uma das coisas mais hediondas que já vi é a comparação do grão do PB analógico com o ruído digital, como se fossem de alguma maneira semelhantes. Qualquer um com um olho mais apurado vê que ruído não é grão, e é feio! É como comparar um vinho Vega-Sicilia com um Chapinha. Tem gente que deixa imagens nojentamente ruidosas, feitas em ISO monstro como se fossem algo cult. Bem se vê que não tem a cultura para ver diferença.

Preto e branco não é um quebra galho de fotos ruins, tem toda uma linguagem própria que deve ser levada em conta mesmo no digital. Muita gente fala que é só uma questão de estilo, mas por todo lado que se veja o PB digital, só existem desvantagens em relação ao analógico.

Câmeras digitais coloridas produzem imagens PB com um terço da qualidade. Existem tantas câmeras de tantos fabricantes e todas coloridas competindo pelo mesmo mercado que acho que uma câmera compacta exclusiva para PB teria boa aceitação dos fotógrafos. Provavelmente teria um nicho de mercado maior do que os modelos atuais que são inúmeros e todos com sensor “bayer”. A câmera PB teria muito mais definição e sensibilidade sem os filtros coloridos sobre os pixels.

Grande parte da história da fotografia foi feita em preto e branco, usar um meio menos capaz nos faz ficar sempre abaixo de nossos ancestrais e nos impede de evoluir.

sábado, 22 de maio de 2010

Iniciando na Fotografia.



Seria muita redundância colocar aqui mais uma explicação dos comandos básicos de fotografia que se encontram tão bem explicados em tantas páginas disponíveis na rede.

Com uma rápida pesquisa é possível encontrar muito material básico escrito em diversas línguas e linguagens, na terceira ou quarta vez lendo o mesmo assunto escrito por diferentes pessoas, provavelmente você já terá uma boa idéia dos comandos básicos.

Fotografia é assunto prático, se você não souber operacionalizar os comandos no intuito de obter uma boa foto, não pode se considerar um fotógrafo.

Qual o caminho básico para aprender fotografia?

Se pegar uma antiga câmera mecânica de filme na mão, vai ver que ela tem apenas três regulagens: abertura da lente, velocidade do obturador e foco. Se estes três comandos estiverem regulados de forma apropriada você vai obter uma boa foto. Em princípio é muito simples, é só uma questão de prática para aprender a visualizar uma cena, fazer as regulagens certas e obter uma foto correta.

A estas três regulagens chamamos de triângulo básico da fotografia, uma influi na outra. A velocidade do obturador influi na nitidez, a abertura da lente também influi na nitidez e podemos abrir mais a lente e aumentar a velocidade do obturador para obter a mesma exposição.

O conhecimento do triângulo fotográfico e como suas variáveis afetam umas às outras é o básico que o fotógrafo deve ter entranhado em suas veias. Deve ser uma segunda natureza, estas regulagens são feitas de maneira quase instintiva. O domínio completo de um assunto tão simples demora um pouco, mas é o mínimo do mínimo de alguém que quer ser chamado de fotógrafo.

Como fundamental, a idéia de comprar um bom e velho livro de papel pode ser prática ao iniciante, pois vai ter em um punhado de páginas com texto coerente abordando todo o básico que sempre deverá estar à mão. Existem muitos bons livros que não custam mais que quarenta ou cinqüenta reais.

Como já temos a teoria precisamos praticar. Uma câmera que lhe permita ajustar manualmente abertura, velocidade e foco é a ferramenta mínima. Ao contrário do que acontecia com as máquinas fotográficas antigas que só tinham estes comandos básicos, vais ter que procurar um pouco para encontrar uma câmera que lhe permita acesso a estes controles básicos.

Todas câmeras modernas tem os chamados modos automáticos, onde um chip eletrônico rouba de ti a decisão sobre abertura, velocidade e foco. Nem todas lhe permitem controlar estes parâmetros e as que permitem também vão ter os modos automáticos.

Mesmo as câmeras mais sofisticadas, supostamente dedicadas aos “profissionais” vão ter os modos automáticos. O que parece um contra-senso uma vez que um profissional já sabe em teoria tudo para nunca precisar usar os modos automáticos. A realidade é que mais iniciantes compram câmeras “profissionais” do que fotógrafos e para estes não saírem frustrados com a sua “performance” fotográfica medíocre creditada ao equipamento, as câmeras mais caras também tem o famigerado modo automático.

A maioria dos iniciantes credita uma boa foto à câmera e não ao fotógrafo, é comum ouvir frases do tipo: “com uma câmera destas até eu!”. Assim, principiantes tendem a comprar as câmeras mais caras possíveis em seu orçamento, achando que serão melhores fotógrafos. Grande engano!

O modo automático é a maça oferecida pela serpente. O iniciante em modo manual não acerta 10% das fotos enquanto no modo automático 70% das fotos vão sair corretas. Errar tanto é uma bela porrada no ego, gastou cinco mil dólares em uma super câmera para ter resultados pífios? Fácil resolver é só colocar a câmera no automático... Aí está o caminho fácil para nunca se aprender fotografia!

Exige muita força de vontade recusar-se a usar os modos automáticos e persistir no longo aprendizado do modo manual. Infelizmente não existem atalhos, fotografe, analise cada foto e veja onde errou, é só assim que vai desenvolver o básico do básico da técnica fotográfica. Não aceite nada menos que 100% de fotos perfeitas!

A segunda etapa é o desenvolvimento artístico, ai é melhor consultar um guru espiritual...

domingo, 2 de maio de 2010

Olho e composição



Se nos outros dois textos sobre olhar e fotografia eu enfatizei sua ilusão de realidade e os incentivei a usar a natureza como referência para treinar a sua visão fotográfica, agora é o momento de tratar de um aspecto que é completamente artificial e particular da visão do fotógrafo: Composição.

Para alguns é um dos aspectos mais complexos, pois apesar de termos extensivos tratados escritos na idade média ou anteriores sobre o tema, é um assunto tão vasto que milhares de páginas não conseguem estabelecer regras claras que poderiam ser um guia de como fazer uma excelente foto.

Ao fotografar congelamos uma cena, um momento infinitamente pequeno da realidade, o transportamos para uma janela bidimensional. O formato desta janela e a posição dos elementos na foto vão ser de fundamental importância para o fotógrafo expressar sua visão particular.
Como a composição não existe na natureza, apenas na cabeça do fotógrafo, precisamos entrar neste mundo para estudar o assunto. É neste ponto que a erudição do fotógrafo vai ser decisiva. Conhecer o trabalho de vários fotógrafos, analisar, ver como eles posicionam os elementos dentro do frame, é o melhor exercício para treinar o seu olhar compositivo.

Existem regras de composição, terços, triângulos áureos etc... mas, são muito tímidas para explicar a complexidade ou simplicidade de uma fotografia excepcional, o máximo que se consegue com elas é uma foto OK . Como a composição existe antes da invenção da fotografia, o trabalho de pintores ou quaisquer outros artistas que coloquem elementos em uma tela bidimensional, também deve ser levado em conta.

Cada fotógrafo vai ter sua própria visão composicional e alguns são incrivelmente complexos. Minha sugestão de estudo é escolher um fotógrafo de cada vez e analisar suas fotos.

Veja em que local do frame estão os elementos mais importantes da foto, como ficaria a foto se estes elementos estivessem em locais diferentes?

Existe relação entre os elementos da foto? O que aconteceria se um fosse tirado ou acrescentado?
Dentre as várias fotos do mesmo autor quais os elementos que lhe diriam quem fez a foto? Existe uma “assinatura” ou um estilo? Qual?

Vá estudando os vários fotógrafos e artistas com esta metodologia, garanto que a composição de suas fotos irá se beneficiar de um entendimento mais profundo sobre o tema. Brinque, experimente e logo composição será um assunto simples para ti.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Olho e nitidez



Muito da qualidade visual de uma fotografia está relacionada com a nitidez com que os detalhes são apresentados na foto. Não tem relação com a definição em si, mas sim como o nosso olho entende e resolve os micro contrastes.

Na fotoquímica o filme já tinha um efeito especial de nitidez garantido pelo grão de prata ou pelo “blob” de pigmento das películas coloridas. Este efeito é chamado de acutância, é uma espécie de sombra na borda do grão que faz com que os detalhes pareçam mais nítidos ao nosso olho.

Em digital a acutância é garantida por um efeito especial aplicado por algoritmos computacionais, normalmente chamados de filtros de “sharpness”. Estes filtros localizam as bordas da imagem e aplicam uma melhoria de contraste. Se você encostar um quadrado escuro ao lado de um claro, vai ver um efeito visual interessante. Na junção a parte clara parece mais escura e a parte escura parece mais clara. O tal filtro de “sharpness” deixa a borda escura mais escura e a clara mais clara. Os parâmetros de controle deste tipo de filtro são o tamanho da borda a ser melhorada (radius), e quanto de aumento de contraste é aplicado(amount).

A foto digital em geral usa um sensor onde apenas uma cor é vista por cada pixel, é chamado de “bayer array”. Para uma imagem colorida precisamos de três cores, vermelho, verde e azul. Como cada pixel do sensor só vê uma cor, as outras duas são adivinhadas por um programinha que faz uma média baseado nos outros pixels de cor ao redor. Assim o pixel vermelho, vai ter o verde e o azul “adivinhados”. Isto faz com que a imagem fique de certa forma lavada, pois o valor é a média do entorno quando na realidade, as transições de contraste são abruptas.

Para tentar consertar o problema do bayer a ferramenta de sharpness é fundamental para simular uma nitidez perdida pela foto digital. O efeito é diretamente proporcional à unidade da imagem, se uma imagem grande é reduzida o efeito é perdido. O shapness só funciona na imagem vista no seu tamanho real, portanto para cada mudança de tamanho ele deve ser refeito, para que a foto tenha a ilusão de nitidez.

Para complicar um pouco, cada tipo de imagem precisa de um “sharpness” diferente. Um retrato precisa de um radius maior e menos amount, se mal aplicado vai destacar cada diferença na pele, deixando a pessoa horrível e artificialmente montruosa. Em paisagens é preciso um radius menor e um amount maior, para fazer os pequenos detalhes saltarem aos olhos. Só o olho treinado é capaz de aplicar o “sharpness” corretamente, será diferente para cada foto. Por este motivo é importante que o fotógrafo tome estas ações em sua mão em vez de deixar que a câmera as faça automaticamente.

sábado, 17 de abril de 2010

Selecionar ou não selecionar?

Vou reformular: o quanto selecionar? (selecionar é quase obrigatório!)

Sim, você tira fotos ruins. Todos tiramos. É parte do processo de aprendizado, do processo experimental. Robert Capa, Ansel Adams, Cartier-Bresson tiravam fotos ruins também. Onde elas estão? Ou no lixo ou em algum arquivo pessoal bem fechado. Talvez você já tenha visto uma delas - você se lembra disso, ou a memória guarda somente as boas?

O Alê diz que os melhores fotógrafos são os que tem a lixeira mais recheada...

O que é uma foto ruim? Ou melhor, que fotos devem ser descartadas? Critérios são vagos, e puramente pessoais. Seguem alguns que costumo usar:
  • O mais fácil é a perfeição técnica: fotos fora de foco, super ou subexpostas, etc. caem fora. No entanto, apesar de este ser o critério mais imediatamente lembrado, é o mais frequentemente desprezado - e com razão! Uma foto que mostra o "momento decisivo" (Bresson), mesmo fora de foco ou mal exposta, é das que ganham o olhar e o coração. Algumas das grandes fotos já tiradas tem alguma imperfeição técnica.
  • Fotos desinteressantes caem fora. O que a foto mostra? Nada? Descartada.
  • Fotos que só tem interesse pro fotógrafo. Essas são difíceis de descartar, porque sentimos um apego emocional a elas. Guarde-as pra você mesmo ou pra mostrar às poucas pessoas que podem compartilhar seus motivos.
  • Fotos boas, mas que mostram o mesmo que fotos melhores.
  • Fotos boas, mas em número muito grande. Ninguém vai querer ver suas 500 fotos boas de uma viagem de um mês, nem ver 500 fotos de seu casamento, acredite.
  • Fotos que tem que ser explicadas. Uma imagem vale mais que mil palavras, assim, se você tem que acrescentar dez ou vinte palavras à imagem, quer dizer que falta algo a ela.
Mostrar duas fotos daquelas que provocam um "UAU!" tem esse efeito mesmo. Colocar essas duas junto a 98 boazinhas dilui o efeito - as cem serão vistas rapidamente e superficialmente, e as duas melhores vão passar quase despercebidas...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Olho e cores



Enquanto alguns aspectos da fotografia se tornaram mais simples no mundo digital, outros ficaram mais complicados. É nas cores que o novato iniciante no digital mais peca. Na era da fotoquímica as escolhas eram limitadas, as cores eram determinadas pelo tipo de filme, para fotos submarinas usava o Kodak SW, macros e paisagens da natureza o Fuji velvia, uso geral o provia e efeitos alienígenas o Kodak VS. Cada filme tinha suas próprias características de cor, que eram balanceadas pelos fabricantes e dependentes dos pigmentos que estavam presentes na emulsão.
As possibilidades de escolha eram limitadas e simples, não representando a natureza.

Ao mesmo tempo em que o fotógrafo P&B aprende a olhar uma cena em preto e branco acostumávamos a olhar uma cena com os olhos do filme, já imaginando como um céu azul iria renderizar em um Kodak EPP.

No reino digital o balanço das cores é livre, extremamente dependente da pós produção, seja ela feita automaticamente pela câmera ou manualmente pelo fotógrafo. É exatamente aí que as coisas complicam, para se conseguir uma boa combinação de cores o fotógrafo deve ter o olho treinado.

O que separa a fotografia de outras artes é sua ilusão de realidade, absolutamente imbatível. Por mais que um Caravaggio moderno tenha habilidades de pintura heróicas, nos dias atuais sua maestria seria obscurecida pela simplicidade com que a fotografia executa a mesma tarefa sem esforço, dependendo de baixíssima habilidade do operador da máquina. É neste ponto que colocamos uma linha divisória entre fotografia e design gráfico, onde a fotografia e sua ilusão são ao fotógrafo um fim em si, enquanto ao designer a foto é mero substrato para a realização de sua arte.

Tratando a fotografia de uma ilusão o mais próxima possível da realidade, como podemos aguçar o nosso olho para que no momento que estivermos em frente à tela do computador possamos refinar estes valores na pós produção?

A resposta é simples, observando atentamente a natureza da mesma forma cuidadosa que observamos uma fotografia. Percebemos se a imagem está em foco, a saturação de cores, os micro contrastes, a faixa dinâmica, a relação entre as cores e muito mais.

Observe a pleno sol como as cores são saturadas, como se dá a transição entre cores próximas(micro contrastes), existem pontos brancos estourados? Como se comportam as sombras profundas quando estamos no sol? Olhe com atenção, memorize os detalhes, da mesma maneira que analisa uma fotografia.

Agora observe uma cena na sombra, como é a saturação de cores? É diferente do sol de meio dia e do sol do começo da manhã? E os detalhes da imagem? São diferentes? Existe algum tom predominante?

Como se comporta uma cena noturna?

O nosso olho se adapta ao que está vendo automaticamente, em nosso cérebro juntamos as várias imagens de modo que enxergamos mais do que o próprio olho vê. Com um pouco de atenção podemos desacostumar e ver que existe uma predominância de amarelo em cenas ao sol e uma de azul em cenas à sombra. Um artifício que pode ajudar a treinar o olho é usar uma moldura branca ou preta para isolar o que estamos vendo, como se fosse uma fotografia emoldurada.

É um exercício simples que vai garantir o treino do olhar, que de outra maneira, levaria anos de prática. Traduzir estes conceitos para o seu programa de pós produção vai exigir conhecimento profundo do mesmo, mas sem este conhecimento usar o programa vai carecer de um objetivo, um ponto a atingir para realizar a sua visão fotográfica.

Não vou me estender ao uso dos programas, uma vez que a internet já está bem recheada de boas dicas de uso dos principais. Tenha em mente seu objetivo na fotografia, o aprendizado e mestria de tais programas ficará mais simples, descubra as ferramentas e como usar para atingir o seu objetivo. Igualar a fotografia com sua visão da realidade.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Você confia na memória?

E na memória de sua câmera?

Quantos gigabytes tem no seu cartão? Aposto que uma boa parte dos fotógrafos sabe isso de cabeça, talvez uma boa parte saiba mais ou menos quantas fotos cabem nele.


Mas você sabe qual é a velocidade de seu cartão de memória?

Parece que isso é negligenciado por muitos, mesmo bons fotógrafos. E, a meu ver, é um ponto importantíssimo de seu equipamento. Veja algumas vantagens de um cartão com maior velocidade:
  • Menor tempo de resposta da câmera entre uma foto e outra (sabe quando a câmera fica com uma luzinha piscando, pra você esperar até ela se preparar pra próxima foto, e enquanto isso as oportunidades vão passando?);
  • Menor tempo de resposta pra revisar as fotos na câmera;
  • Menos tempo pra baixar suas fotos no computador;
  • Maior número de fotos tiradas continuamente (dependendo da câmera usada; em algumas delas a velocidade do cartão não importa).
Normalmente, as velocidades de leitura e gravação de dados são diferentes, e bem diferentes; a de leitura costuma ser maior. No meu ponto de vista, a mais crítica é a velocidade de gravação; ela é que vai lhe ajudar a tirar fotografias mais rapidamente (a primeira bolinha da lista acima).

Isso também é válido pra pen drives, ou flash drives, etc. Quanto maior a velocidade, menor o tempo pra gravar e ler seus dados.

E como saber a velocidade de sua memória? Bem, você pode acreditar na palavra do fabricante (ou do vendedor), de terceiros (talvez você esteja acreditando na minha, agora) ou fazer o teste por conta própria. Eu estou usando um programinha gratuito chamado Check Flash 1.11 (baixe diretamente do desenvolvedor, http://www.brothersoft.com/publisher/cherkes-mihail.html). O programa testa a velocidade de leitura (R) e a de gravação (W) dos dados; um teste simples com 4GB leva uns 25 minutos (menos para cartões mais rápidos ou com menos memória).

Veja os resultados de algumas memórias:

Cartões SD e SDHC

PNY 2GB SD (E)
R 13.370 MB/s; W 6.122 MB/s


Transcend SDHC 16GB, class 6 (E)
R 8.564 MB/s; W 6.014 MB/s

Kingston SDHC 32GB, class 4 (E)
R 10.769 MB/s; W 5.338 MB/s

Super Talent SDHC 32GB (E)
R 8.921 MB/s; W 4.978 MB/s

Integral SDHC 4GB, class 4 (E)
R 24.581 MB/s; W 3.859 MB/s

Canon SD 16MB (C)
R 45.413 MB/s; W 1.909 MB/s

Kingston SD 512MB (I)
R 7.893 MB/s; W 1.050 MB/s

Pen Drives

Kingston DT Mini Slim 4GB (E)
R 49.817 MB/s; W 6.405 MB/s


Sandisk Cruzer micro8GB (E)
R 35.036 MB/s; W 6.268 MB/s

Kingston Datatraveller 8GB (I)
R 9.355 MB/s; W 1.886 MB/s

Kingston Datatraveller 2GB (F) amarelo
R 18.788 MB/s; W 1.764 MB/s

Kingston Datatraveller DTI/2GB (E) verde
R 14.131 MB/s; W 1.305 MB/s

A diferença é enorme, não? Imagine que a sua câmera, pra gravar uma foto de 5MB, irá levar uns 4,8 segundos no cartão SD mais lento, e só 0,8 segundos no mais rápido... Imagine o que você pode fotografar nesses quatro segundos de diferença!

As memórias marcadas com (E) acima foram compradas nos EUA, as marcadas com (I) foram compradas na Santa Ifigênia, em SP, a marcada com (F) foi comprada em Fortaleza, a marcada com (C) veio junto com uma câmera Canon. Dá pra ver um padrão (*)?

Memórias compradas nos EUA e em SP parecem ter velocidades bem distintas, o que me sugere que várias que encontramos em SP são de "segunda linha" ou pior, falsificações. Cuidado com as marcas mais famosas, porque essas são as mais falsificadas!

Lembrando o título deste post, a confiabilidade também varia. Cartões de memória infelizmente também podem apresentar falhas, o que significa que os dados contidos neles podem ser perdidos. Cartões baratos ou velhos costumam dar mais problemas que cartões de boa marca e novos.

E então, você confia na memória?

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Já pra filmagem diretamente em cartão de memória (câmeras fotográficas ou filmadoras), a velocidade tem efeito limitante, mas não quantitativo: a câmera precisa de uma taxa de transferência constante, sem falhas, dependendo da qualidade da filmagem (resolução, compressão, quadros por segundo, qualidade do som, etc.); se o cartão atinge o mínimo, ele funciona. Por outro lado, pra baixar seus filmes para o computador, quanto mais rápido melhor!

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(*) Claro que os preços também foram bem diferentes! Se a velocidade não importa muito pra você, melhor pro seu bolso - significa que pode pagar menos pelos mesmos GB...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Go Digital

Ao contrário do G que foi pioneiro, eu demorei bastante para ter uma câmera digital, as primeiras versões de apenas 1 mega pixel nunca conseguiram me empolgar e minha olympus 35sp ainda tinha presença constante na mochila para um eventual snapshot. Os megapixels foram aumentando mas a foto digital não me pegou, foi por acidente que ganhei no natal 2008 de minha irmã uma simples Canon A580 com 8 megapixels.

Uma vez que já tinha a câmera em mãos, por que não testar? Esta câmera é automática, e demorei um pouco para entender como o diacho do programa funcionava e assim aprender a mentir para que a câmera me desse o que eu queria e não o que ela queria. Como o foco é eletrônico ele entra no cálculo da exposição, assim em grande angular tende a usar velocidades mais baixas e lente mais fechada, o que é um contra-senso uma vez que a profundidade de campo destes sensores diminutos é monstruosa.

Meio que domado o famigerado automático, consegui ter maior controle sobre o resultado, mesmo assim ainda faltava muito para as fotos digitais sequer arranharem o filme.

Ai, lembrei algo que o próprio G me falou, foto digital PRECISA ser tratada. Os contrastes, a nitidez e as cores do digital deixam muito a desejar. É necessário um programa de pós produção como o temível Photoshop, programa este que não me era estranho, pois fotos analógicas ao serem escaneadas precisam do mesmo tipo de trabalho.

Aí sim, as fotos começaram a se parecer com alguma coisa divertida, animado com o que obtive com a pequena A580 fiquei imaginando como seria uma Canon 40D, uma câmera que custa quase 15 vezes o preço da pequenina. Ao colocar as mãos no monstro a primeira coisa que fiz foi fazer fotos com ela e a 580 para comparar, se uma câmera pequena e barata conseguia tão bons resultados imagine o quão melhor seria a grande!

Decepção total! Apesar da 40D ser 2:3 que prefiro em vez de 3:4 da pequena e ter 10 mega pixels, a diferença na imagem é absolutamente minúscula em ISO100. Em ISO 200 a diferença já é maior, mas o ISO200 da 40D era pior que o ISO100 da 580, como sempre usei filme100ASA, ISOs altos nunca me importaram e não fazem a menor diferença.

Moral da história, se você quer começar a fotografar, pode muito bem comprar uma câmera simples compacta e que tenha comandos manuais, sem se preocupar com a qualidade da imagem em teoria “superior” de DSLRs. Iniciantes tendem a achar que o único jeito de aprender a fotografar é com estas câmeras mais caras. Grande bobagem! Qualquer câmera compacta que lhe permita controlar abertura e velocidade de forma independente pode lhe dar excelentes resultados. Quem fará a diferença é você!

domingo, 28 de março de 2010

Ponto de fuga

Neste fim-de-semana aproveitei pra varrer o passado - fotos digitais "antigas". Tinha fotos em CD (2001 a 2004) e DVD (2004 em diante). Percebi que todas as minhas fotos cabem, com folga, num disco externo de 1 TB... Um disco de 1,5 Tb externo, hoje e aqui no Brasil, sai por menos de R$ 500.

Em perspectiva tradicional, o ponto de fuga é aquele ponto no plano pra onde convergem as linhas de profundidade. Qualquer coisa muito distante, representada nessa forma de perspectiva, no máximo chega a esse ponto. Aumentar a distância não muda a perspectiva.

Acho que chegamos (felizmente!) a um ponto de fuga de capacidade de armazenagem de dados - pelo menos para armazenar fotos. A partir deste ponto, todas as fotos cabem num lugar só.

Fazendo uma continha em papel de pão, esse disco de 1 TB pode conter umas 200.000 fotos de 12 megapixels (em média 5MB por foto). Contando desde 1997, quando comecei a escanear fotos de filme (comprei minha primeira câmera digital só em 2001), isso daria mais de 15.000 fotos por ano, mais de 40 fotos por dia. Em viagens "das boas" eu já tirei uma média de quase 80 fotos por dia, com picos de umas 200 num dia só, mas após a viagem voltava ao cotidiano de umas poucas fotos por semana.

Claro que as câmeras vão continuar crescendo em megapixels, mas os computadores também vão continuar crescendo em capacidade de armazenamento, e creio que mais rapidamente que as câmeras, porque (outro ponto de fuga) a partir de vários megapixels - 8, 10, talvez um pouco mais -, o aumento de detalhes ou qualidade da imagem não é facilmente perceptível.

Arrisco dizer que a partir de hoje dá pra manter tudo no computador (com backups, claro!), e, à medida que trocamos de computador, simplesmente vamos copiando tudo de um pro próximo.

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Quem gosta de filmar deve estar sorrindo cinicamente pra mim agora... Acho que temos ainda que aguardar alguns anos pra chegar ao ponto de fuga pra armazenagem de vídeo digital, ainda mais em HD (uns 300MB ou mais por minuto)...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Juazeiro do Norte - CE

Estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte.
Não, não é um chifre.



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E, é claro, a "santa lojinha".

Jericoacoara

quinta-feira, 18 de março de 2010

O que as câmeras digitais fizeram à fotografia?

1996 - Estava começando a mergulhar um pouco mais seriamente na fotografia, começando por uma particularmente complicada - submarina. O equipamento básico (Motormarine II EX, com um flash externo) não servia pra muito em si - era ainda preciso comprar uma lente grande-angular e uma macro. A câmera era mecânica e manual, era preciso ajustar foco, abertura e velocidade antes de cada foto. Só tirava 36 fotos (ou até umas 40 com filme rebobinado generosamente).

Após cada mergulho, eu precisava trocar o filme.

Após cada viagem, eu visitava um bom laboratório, pra revelar. Às vezes a revelação levava uma hora, às vezes (quando os filmes eram muitos) levava um dia.

Depois era projetar slides (após cortar e montar), montar álbuns, tirar cópias extras para amigos, fazer ampliações, mandar pelo correio...


O que aconteceu com a fotografia?

Câmeras digitais estão nas mãos de todos. Ou nos celulares de todos...

Elas baratearam? De certa forma sim, mas já era possível antes comprar uma câmera compacta, de filme, barata. Por que essas câmeras não eram tão onipresentes quanto as digitais hoje?

Há alguns anos, quando comecei a dar aulas de fotografia submarina, os alunos eram poucos, e eu acreditava que o preço do equipamento era um fator limitante.

Eu estava redondamente enganado; o que me abriu os olhos foi o surgimento de câmeras digitais compactas, com caixas-estanque, e que custavam mais que as câmeras de filme submarinas boas... E vi pessoas perdendo câmeras por causa de alagamento, às vezes por negligência, e logo em seguida comprando outra, melhor ou mesmo igual - quando não dava nem tempo pra sair um modelo mais novo.

Hoje me parece que o apelo mais forte da fotografia digital é o imediatismo (não estou criticando, apenas constatando - acho que tem um lado bom e um lado ruim); tem também a praticidade, a tolerância a falhas (imagine colocar o ISO errado numa câmera de filme e descobrir só depois de bater as 36 fotos), a "modernidade", etc... A lista de vantagens sobre o filme é grande.

Mas, voltando ao imediatismo, não há como negar o fator "cool" de clicar e logo em seguida ver o resultado num lindo display LCD colorido...

Por outro lado, parecemos dar menos valor a fotografia digital que dávamos à fotografia em filme: não imprimimos mais nossas fotos (apesar de ser muito mais fácil fazê-lo agora, em casa ou pela internet), não as divulgamos (porque são MUITAS e muito grandes pra mandar por e-mail), e às vezes nem as baixamos no computador... Sem falar em esquecer de fazer backup! Sei de pessoas que já perderam anos de fotografias familiares por causa de um disco rígido pifado. Essas fotos se foram pra sempre (*).


Oferta e demanda

Um produto fácil de produzir, abundante, ou comum, tende a ser de baixo preço.

Será que a fotografia digital é tão "fácil" e tão "abundante" que o seu valor percebido é baixo?

Será que ela é boa pra uma satisfação imediata, mas descartável - porque será que não pensamos nela como algo a se guardar pro futuro, como fazíamos com nossas fotos em filme?

Será que o problema é só que não temos mais tempo pra isso?


Quantidade gera qualidade

Clique. Ficou ruim? Repita.

Até conseguir um bom resultado ou até não se importar mais.

Li na Veja, há algum tempo, um artigo (se eu não me engano do Cláudio Moura e Castro) falando da sociedade da tentativa-e-erro. Num videogame, o personagem morre, reaparece e tenta de novo, repetidamente, até conseguir passar de fase ou até o jogador perder o interesse. O artigo traçava alguns paralelos com estudo, carreira, e até com relacionamentos amorosos.

E porque não aconteceria o mesmo com a fotografia? Tiramos muito mais fotos digitais que tirávamos com filme. Tiramos várias fotos da mesma coisa. Tiramos fotos de bobagens, às vezes uma foto dessas fica muito boa.

A quantidade acaba gerando qualidade - se o fotógrafo se dispuser a separar o joio do trigo, é claro... Quantos de nós gastam tempo selecionando as fotos boas, e depois trabalhando-as?

Eu ainda prefiro preparação a iteração. Um grande fotógrafo submarino (não me lembro agora quem) disse uma vez que, toda vez que alguém comenta que ele tem muita sorte por conseguir tirar determinadas fotos, responde algo como:

- Realmente tenho muita sorte. E, quanto mais eu pratico, quanto mais estudo meu equipamento, quanto mais estudo o que vou fotografar e quanto mais me preparo para cada foto, mais sorte eu tenho.


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(*) Faça backup de suas fotos e vídeos, de preferência em dois conjuntos diferentes, em mídias diferentes - sugiro gravar dois conjuntos de DVDs, de marcas diferentes, mantê-los em locais diferentes, e testar anualmente pra ver se deu alguma falha de leitura. Se deu, use a cópia restante pra criar outro backup.

Parece exagero? Não é. Pense nas suas memórias que podem ser perdidas!

Olhodotubarão, reloaded

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