sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Street photography ( Fotografia de Rua)


Dividimos a fotografia por gêneros: esportes, viagens, natureza, moda e muitos outros. Cada um tem suas particularidades, o que pode ser bom para moda torna-se um horror na natureza, assim, a maioria dos fotógrafos acaba se especializando em um determinado tipo de foto. A especialização vem de acordo com o gosto pessoal de cada um. Dentre os vários sabores existe um que acho o mais divertido e desafiador, a fotografia de rua.

A rua não se oferece fácil ao fotógrafo, é preciso procurar com cuidado as imagens. Pequenos fragmentos do cotidiano que são cuidadosamente guardados por nossas câmeras mágicas, migalhas da vida que as pessoas deixam para serem devoradas pelo tempo. De tantos fragmentos a tarefa do fotógrafo é escolher o mais belo, o mais fotogênico, o que irá representar em sua minúscula extensão do tempo aquele momento passageiro das ruas.

Ao fotografar nas ruas nossos sentidos estão todos atentos, os olhos vasculham com voracidade toda a paisagem em volta em busca da composição da beleza ou aquilo que queiram guardar em suas fotografias. Às vezes momentos absolutamente insignificantes para nossos atores nos premiam com a pura simplicidade que mostra o tecido mais delicado de se estar vivo.

O pulso da vida não está apenas nas pessoas, a rua é mais que fotografar gente, que seria outra modalidade. Rua é o cotidiano displicente que logo será apagado da existência, devido a sua temporaneidade.

Muitos mestres abraçaram a rua com olhares diferentes, vale a pena ver trabalhos do Doisneau, Bresson, Winogrand, Elliot Erwitt , Robert Frank dentre outros. Em suas fotos podemos nos transportar ao cotidiano de épocas passadas.

A principal dica para quem quiser se aventurar nesta modalidade é tentar não chamar a atenção, uma das regras de ouro da “street photography” é não interferir nas fotos, deixar que a câmera registre o cotidiano sem a interferência do fotógrafo.

Para muitos o ápice da fotografia de rua são aqueles que por falta de recursos fazem das ruas seus lares, nada mais falso. Usar do sofrimento alheio para imprimir impacto nas fotos é uma tática baixa e muito comum. Tem um pedinte em New York que já vi em milhares de fotos, ele tem um cartaz escrito “a penny or a smile” (uma moedinha ou um sorriso). Não que desabrigados não façam parte das ruas, apenas não deixe que a sua situação desprivilegiada represente toda sua miserável arte fotográfica.

Já vou avisando a fotografia de rua é uma das mais difíceis, mas, assim como todo grande desafio, traz grandes recompensas.