sábado, 5 de maio de 2012

Olympus E-P3, com lente mecânica

Que tal usar uma câmera digital moderna com uma lente de 30 anos, mecânica e, é claro, manual?

Olympus E-P3, adaptador Fotodiox, lente G.Zuiko f=50mm, f/1.4
 
Este é o setup. O adaptador nada mais faz que segurar a lente no lugar; a câmera só se "preocupa" com a velocidade do disparo, e a abertura e o foco são manuais, na própria lente.

A lente G.Zuiko é também da Olympus, do sistema OM; comprei usada já há uns 10 anos, ela deve ter sido fabricada no começo da década de 80, uma pequena jóia. A distância focal de 50mm, fixa (na E-P3 ela fica equivalente a 100mm em filme 135), é uma ótima lente para retratos, permite ficar a uma distância ideal da pessoa sendo fotografada, nem longe demais, nem invadindo o espaço pessoal desta, deixando-a à vontade. E a abertura máxima é f/1.4, é bastante "clara", permite tirar fotos aproveitando a luz natural e com profundidade de campo bem pequena. Em suma, tudo o que você quer.

A operação é simples. Costumo deixar em prioridade de abertura ("A") e regular a abertura na lente; ao identificar que não há lente eletrônica instalada, a E-P3 trabalha com o que tem, ajusta a velocidade para manter a exposição correta; ao mudar a abertura na lente a câmera muda a velocidade de acordo. Aí é só acertar o foco; para isso uso o botão "lupa" para ampliar o centro da foto e permitir foco preciso, desligo a lupa, recomponho e disparo.

O resultado é assim:

Pietro (meu filho) - f/1.4, 1/100, ISO 200




Sofia (minha mãe) - f/1.4, 1/400, ISO 200

Excelente para retratos! Veja como o fundo fica desfocado, destacando a pessoa.

(Essa lente já estava guardada há bem uns cinco anos, e está até um pouquinho "fungada", mas não é nada que afete a qualidade das imagens.)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Street photography ( Fotografia de Rua)


Dividimos a fotografia por gêneros: esportes, viagens, natureza, moda e muitos outros. Cada um tem suas particularidades, o que pode ser bom para moda torna-se um horror na natureza, assim, a maioria dos fotógrafos acaba se especializando em um determinado tipo de foto. A especialização vem de acordo com o gosto pessoal de cada um. Dentre os vários sabores existe um que acho o mais divertido e desafiador, a fotografia de rua.

A rua não se oferece fácil ao fotógrafo, é preciso procurar com cuidado as imagens. Pequenos fragmentos do cotidiano que são cuidadosamente guardados por nossas câmeras mágicas, migalhas da vida que as pessoas deixam para serem devoradas pelo tempo. De tantos fragmentos a tarefa do fotógrafo é escolher o mais belo, o mais fotogênico, o que irá representar em sua minúscula extensão do tempo aquele momento passageiro das ruas.

Ao fotografar nas ruas nossos sentidos estão todos atentos, os olhos vasculham com voracidade toda a paisagem em volta em busca da composição da beleza ou aquilo que queiram guardar em suas fotografias. Às vezes momentos absolutamente insignificantes para nossos atores nos premiam com a pura simplicidade que mostra o tecido mais delicado de se estar vivo.

O pulso da vida não está apenas nas pessoas, a rua é mais que fotografar gente, que seria outra modalidade. Rua é o cotidiano displicente que logo será apagado da existência, devido a sua temporaneidade.

Muitos mestres abraçaram a rua com olhares diferentes, vale a pena ver trabalhos do Doisneau, Bresson, Winogrand, Elliot Erwitt , Robert Frank dentre outros. Em suas fotos podemos nos transportar ao cotidiano de épocas passadas.

A principal dica para quem quiser se aventurar nesta modalidade é tentar não chamar a atenção, uma das regras de ouro da “street photography” é não interferir nas fotos, deixar que a câmera registre o cotidiano sem a interferência do fotógrafo.

Para muitos o ápice da fotografia de rua são aqueles que por falta de recursos fazem das ruas seus lares, nada mais falso. Usar do sofrimento alheio para imprimir impacto nas fotos é uma tática baixa e muito comum. Tem um pedinte em New York que já vi em milhares de fotos, ele tem um cartaz escrito “a penny or a smile” (uma moedinha ou um sorriso). Não que desabrigados não façam parte das ruas, apenas não deixe que a sua situação desprivilegiada represente toda sua miserável arte fotográfica.

Já vou avisando a fotografia de rua é uma das mais difíceis, mas, assim como todo grande desafio, traz grandes recompensas.

domingo, 20 de junho de 2010

O Fotógrafo, o Profissional, sua Mulher e o Amante.

A primeira coisa que um iniciante procura antes de aprender fotografia é uma câmera profissional. Já possuiu várias outras máquinas fotográficas, mas, para ser fotógrafo, é de absoluta necessidade uma câmera profissional. Ao fotografar com outras câmeras seus resultados sempre foram inferiores por isto nunca se preocupou em pensar sua fotografia, afinal, ele não possui a "câmera profissional".

O fotógrafo profissional usa câmera profissional, faz fotografia profissional... O que é a fotografia profissional? Qualquer trabalho remunerado de fotografia é uma foto profissional, seja ela 3x4, lambe lambe ou editorial da última revista de moda. Dá para ver que fotografia profissional não é sinônimo de qualidade, é apenas o fruto remunerado que traz a comida à mesa para sua mulher e filhos.

Parece que ser fotógrafo profissional traz certo glamour, idealizado no cinema por atores como Fred Astaire, ou o atrevido personagem Pecker com sua pequena canonet, da noite para o dia vira artista do “main stream”. Muitos jovens cultivam o sonho do status, mas não partilham o prazer da imagem.

Ser fotógrafo profissional parece uma alternativa fácil e digna a um título. Se o cidadão escolhesse ser dentista, teria que amargar cinco anos de estudos e tendo uma profissão estigmatizada no cinema com personagens como o dentista sádico da pequena loja dos horrores, além de ter que gastar uma verdadeira fortuna com um consultório.

Não há nada de mal em se escolher ser fotógrafo sem ao menos conhecer fotografia, a maioria da garotada entra na faculdade sem saber muito da área que escolheu. O problema é achar que vai ser fotógrafo sem estudar. Alguns ainda acham, que tem um dom tão brilhante que a mera sugestão de estudo é uma ofensa. Mas o que os faz pensar assim?

Este afluxo de “profissionais” iniciantes é fenômeno recente, a antiga fotografia não permitia que estes delírios fossem longe, no terceiro rolo de filme a realidade já lhes teria acertado como uma direita do campeão de pesos pesados. Câmeras automáticas já eram tão eficientes como as modernas digitais, mas os profissionais iniciantes ainda não existiam. O que mudou?

Uma vez em um passado distante uma festa, conheci uma fotógrafa iniciante que estava começando como assistente de um fotógrafo, o que mais a impressionava era que ele usava 100 rolos de filme para um único editorial! E como ela disse: - Isso é para quem pode, não para quem quer... São 3600 fotos para se aproveitar apenas umas 6... Este desempenho está agora à disposição de qualquer um com uma câmera digital.

Para uma foto corretamente exposta é só ter a velocidade e abertura corretas. Velocidade pode ser 30-60-125-250-500-1000, abertura pode ser 2.8-4-5.6-8-11-16, entre todas podemos ter 36 combinações, a exposição correta vai estar entre elas. Uma entre 35 erradas parece uma boa combinação para o fotógrafo profissional digital.

Junte a isto que o cliente que compra fotografia, não sabe bem diferenciar uma boa de uma má foto. Mesmo os supostos “Art Buyers”, tem pouca ou nenhuma cultura fotográfica. Acha que eu estou exagerando? Qual a qualidade da fotografia que recheia nossas publicações em editorias e propagandas? Em sua grande maioria podemos classificá-la como algo mais que medíocre?

A receita está formada, compre uma câmera preta e grande vá a uma esquina e comece a trabalhar de profissional!

E o amante da fotografia? Aquele que não faz por dinheiro? Não precisa nada além de uma câmera que lhe atenda as necessidades, seja ela preta, branca ou vermelha, o que importa é o resultado. Mas qual qualidade espera o amante? A que lhe engrandeça a alma e assim possa expressar sua visão e ter prazer.

O amante da fotografia só tem uma paixão, a imagem, a câmera é apenas uma ferramenta. Quem faz melhor? Quem faz por dinheiro ou paixão?

sábado, 5 de junho de 2010

Preto e Branco digital.



Cada vez mais vejo imagens em preto e branco feitas com câmeras digitais, é uma espécie de moda. Muita gente acha que PB é mais “artístico”. O pior é ver pessoas que acham que quando uma foto não fica boa em cores é só passar para PB e “melhorar”...

Por incrível que pareça a fotografia digital é extremamente limitante para o PB, impresso em papel então, não há nem o que comentar.

A foto digital usa um sensor em vez do filme, para que o mesmo veja cores é preciso dividir as unidades do sensor com filtros coloridos. Sem estes filtros o sensor é naturalmente PB. Todas as câmeras que se vendem por ai têm estes filtros sobre o sensor, se não o tivessem produziriam imagens PB com três vezes mais resolução.

Fora a resolução, a imagem digital colorida tem 8 bits para cada cor o que significa 256 possibilidades de verde, 256 possibilidade de vermelho e 256 possibilidades de azul, o que vai dar pouco mais de 16 milhões de cores possíveis! Quando a imagem vai para o preto e branco vamos ter apenas 256 possibilidades de tons de cinza. É muito pouco! Por este motivo o PB digital é uma pálida imitação do PB analógico.

Uma das coisas mais hediondas que já vi é a comparação do grão do PB analógico com o ruído digital, como se fossem de alguma maneira semelhantes. Qualquer um com um olho mais apurado vê que ruído não é grão, e é feio! É como comparar um vinho Vega-Sicilia com um Chapinha. Tem gente que deixa imagens nojentamente ruidosas, feitas em ISO monstro como se fossem algo cult. Bem se vê que não tem a cultura para ver diferença.

Preto e branco não é um quebra galho de fotos ruins, tem toda uma linguagem própria que deve ser levada em conta mesmo no digital. Muita gente fala que é só uma questão de estilo, mas por todo lado que se veja o PB digital, só existem desvantagens em relação ao analógico.

Câmeras digitais coloridas produzem imagens PB com um terço da qualidade. Existem tantas câmeras de tantos fabricantes e todas coloridas competindo pelo mesmo mercado que acho que uma câmera compacta exclusiva para PB teria boa aceitação dos fotógrafos. Provavelmente teria um nicho de mercado maior do que os modelos atuais que são inúmeros e todos com sensor “bayer”. A câmera PB teria muito mais definição e sensibilidade sem os filtros coloridos sobre os pixels.

Grande parte da história da fotografia foi feita em preto e branco, usar um meio menos capaz nos faz ficar sempre abaixo de nossos ancestrais e nos impede de evoluir.

sábado, 22 de maio de 2010

Iniciando na Fotografia.



Seria muita redundância colocar aqui mais uma explicação dos comandos básicos de fotografia que se encontram tão bem explicados em tantas páginas disponíveis na rede.

Com uma rápida pesquisa é possível encontrar muito material básico escrito em diversas línguas e linguagens, na terceira ou quarta vez lendo o mesmo assunto escrito por diferentes pessoas, provavelmente você já terá uma boa idéia dos comandos básicos.

Fotografia é assunto prático, se você não souber operacionalizar os comandos no intuito de obter uma boa foto, não pode se considerar um fotógrafo.

Qual o caminho básico para aprender fotografia?

Se pegar uma antiga câmera mecânica de filme na mão, vai ver que ela tem apenas três regulagens: abertura da lente, velocidade do obturador e foco. Se estes três comandos estiverem regulados de forma apropriada você vai obter uma boa foto. Em princípio é muito simples, é só uma questão de prática para aprender a visualizar uma cena, fazer as regulagens certas e obter uma foto correta.

A estas três regulagens chamamos de triângulo básico da fotografia, uma influi na outra. A velocidade do obturador influi na nitidez, a abertura da lente também influi na nitidez e podemos abrir mais a lente e aumentar a velocidade do obturador para obter a mesma exposição.

O conhecimento do triângulo fotográfico e como suas variáveis afetam umas às outras é o básico que o fotógrafo deve ter entranhado em suas veias. Deve ser uma segunda natureza, estas regulagens são feitas de maneira quase instintiva. O domínio completo de um assunto tão simples demora um pouco, mas é o mínimo do mínimo de alguém que quer ser chamado de fotógrafo.

Como fundamental, a idéia de comprar um bom e velho livro de papel pode ser prática ao iniciante, pois vai ter em um punhado de páginas com texto coerente abordando todo o básico que sempre deverá estar à mão. Existem muitos bons livros que não custam mais que quarenta ou cinqüenta reais.

Como já temos a teoria precisamos praticar. Uma câmera que lhe permita ajustar manualmente abertura, velocidade e foco é a ferramenta mínima. Ao contrário do que acontecia com as máquinas fotográficas antigas que só tinham estes comandos básicos, vais ter que procurar um pouco para encontrar uma câmera que lhe permita acesso a estes controles básicos.

Todas câmeras modernas tem os chamados modos automáticos, onde um chip eletrônico rouba de ti a decisão sobre abertura, velocidade e foco. Nem todas lhe permitem controlar estes parâmetros e as que permitem também vão ter os modos automáticos.

Mesmo as câmeras mais sofisticadas, supostamente dedicadas aos “profissionais” vão ter os modos automáticos. O que parece um contra-senso uma vez que um profissional já sabe em teoria tudo para nunca precisar usar os modos automáticos. A realidade é que mais iniciantes compram câmeras “profissionais” do que fotógrafos e para estes não saírem frustrados com a sua “performance” fotográfica medíocre creditada ao equipamento, as câmeras mais caras também tem o famigerado modo automático.

A maioria dos iniciantes credita uma boa foto à câmera e não ao fotógrafo, é comum ouvir frases do tipo: “com uma câmera destas até eu!”. Assim, principiantes tendem a comprar as câmeras mais caras possíveis em seu orçamento, achando que serão melhores fotógrafos. Grande engano!

O modo automático é a maça oferecida pela serpente. O iniciante em modo manual não acerta 10% das fotos enquanto no modo automático 70% das fotos vão sair corretas. Errar tanto é uma bela porrada no ego, gastou cinco mil dólares em uma super câmera para ter resultados pífios? Fácil resolver é só colocar a câmera no automático... Aí está o caminho fácil para nunca se aprender fotografia!

Exige muita força de vontade recusar-se a usar os modos automáticos e persistir no longo aprendizado do modo manual. Infelizmente não existem atalhos, fotografe, analise cada foto e veja onde errou, é só assim que vai desenvolver o básico do básico da técnica fotográfica. Não aceite nada menos que 100% de fotos perfeitas!

A segunda etapa é o desenvolvimento artístico, ai é melhor consultar um guru espiritual...

domingo, 2 de maio de 2010

Olho e composição



Se nos outros dois textos sobre olhar e fotografia eu enfatizei sua ilusão de realidade e os incentivei a usar a natureza como referência para treinar a sua visão fotográfica, agora é o momento de tratar de um aspecto que é completamente artificial e particular da visão do fotógrafo: Composição.

Para alguns é um dos aspectos mais complexos, pois apesar de termos extensivos tratados escritos na idade média ou anteriores sobre o tema, é um assunto tão vasto que milhares de páginas não conseguem estabelecer regras claras que poderiam ser um guia de como fazer uma excelente foto.

Ao fotografar congelamos uma cena, um momento infinitamente pequeno da realidade, o transportamos para uma janela bidimensional. O formato desta janela e a posição dos elementos na foto vão ser de fundamental importância para o fotógrafo expressar sua visão particular.
Como a composição não existe na natureza, apenas na cabeça do fotógrafo, precisamos entrar neste mundo para estudar o assunto. É neste ponto que a erudição do fotógrafo vai ser decisiva. Conhecer o trabalho de vários fotógrafos, analisar, ver como eles posicionam os elementos dentro do frame, é o melhor exercício para treinar o seu olhar compositivo.

Existem regras de composição, terços, triângulos áureos etc... mas, são muito tímidas para explicar a complexidade ou simplicidade de uma fotografia excepcional, o máximo que se consegue com elas é uma foto OK . Como a composição existe antes da invenção da fotografia, o trabalho de pintores ou quaisquer outros artistas que coloquem elementos em uma tela bidimensional, também deve ser levado em conta.

Cada fotógrafo vai ter sua própria visão composicional e alguns são incrivelmente complexos. Minha sugestão de estudo é escolher um fotógrafo de cada vez e analisar suas fotos.

Veja em que local do frame estão os elementos mais importantes da foto, como ficaria a foto se estes elementos estivessem em locais diferentes?

Existe relação entre os elementos da foto? O que aconteceria se um fosse tirado ou acrescentado?
Dentre as várias fotos do mesmo autor quais os elementos que lhe diriam quem fez a foto? Existe uma “assinatura” ou um estilo? Qual?

Vá estudando os vários fotógrafos e artistas com esta metodologia, garanto que a composição de suas fotos irá se beneficiar de um entendimento mais profundo sobre o tema. Brinque, experimente e logo composição será um assunto simples para ti.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Olho e nitidez



Muito da qualidade visual de uma fotografia está relacionada com a nitidez com que os detalhes são apresentados na foto. Não tem relação com a definição em si, mas sim como o nosso olho entende e resolve os micro contrastes.

Na fotoquímica o filme já tinha um efeito especial de nitidez garantido pelo grão de prata ou pelo “blob” de pigmento das películas coloridas. Este efeito é chamado de acutância, é uma espécie de sombra na borda do grão que faz com que os detalhes pareçam mais nítidos ao nosso olho.

Em digital a acutância é garantida por um efeito especial aplicado por algoritmos computacionais, normalmente chamados de filtros de “sharpness”. Estes filtros localizam as bordas da imagem e aplicam uma melhoria de contraste. Se você encostar um quadrado escuro ao lado de um claro, vai ver um efeito visual interessante. Na junção a parte clara parece mais escura e a parte escura parece mais clara. O tal filtro de “sharpness” deixa a borda escura mais escura e a clara mais clara. Os parâmetros de controle deste tipo de filtro são o tamanho da borda a ser melhorada (radius), e quanto de aumento de contraste é aplicado(amount).

A foto digital em geral usa um sensor onde apenas uma cor é vista por cada pixel, é chamado de “bayer array”. Para uma imagem colorida precisamos de três cores, vermelho, verde e azul. Como cada pixel do sensor só vê uma cor, as outras duas são adivinhadas por um programinha que faz uma média baseado nos outros pixels de cor ao redor. Assim o pixel vermelho, vai ter o verde e o azul “adivinhados”. Isto faz com que a imagem fique de certa forma lavada, pois o valor é a média do entorno quando na realidade, as transições de contraste são abruptas.

Para tentar consertar o problema do bayer a ferramenta de sharpness é fundamental para simular uma nitidez perdida pela foto digital. O efeito é diretamente proporcional à unidade da imagem, se uma imagem grande é reduzida o efeito é perdido. O shapness só funciona na imagem vista no seu tamanho real, portanto para cada mudança de tamanho ele deve ser refeito, para que a foto tenha a ilusão de nitidez.

Para complicar um pouco, cada tipo de imagem precisa de um “sharpness” diferente. Um retrato precisa de um radius maior e menos amount, se mal aplicado vai destacar cada diferença na pele, deixando a pessoa horrível e artificialmente montruosa. Em paisagens é preciso um radius menor e um amount maior, para fazer os pequenos detalhes saltarem aos olhos. Só o olho treinado é capaz de aplicar o “sharpness” corretamente, será diferente para cada foto. Por este motivo é importante que o fotógrafo tome estas ações em sua mão em vez de deixar que a câmera as faça automaticamente.